por Aluysio Abreu Barbosa
à tona
(p/ lívia)
nietzsche e freud
lançados de isca
como o olhar
de órbitas negras
que não deixa mentir
palavras de homem
na gíria malandra
da boca que beija,
ri, pede colo
e revela a menina
don juan com pizarro
pela prata do peru
e o segredo dos incas
no banheiro das mulheres
em missão de uma só
enfrento dinossauros
na porta de entrada
do meu passado
para te proteger
mas temendo os morcegos
me escondo em você
sob os cabelos
sobre o pescoço
dentes cravados
na jugular
onde correm os anos
e pulsa a saudade
que quero beber
roça as ancas
na dança
no rock suado
dos corpos
língua entre dedos
por pernas
mordisco seus seios
na blusa
inveja do falo
nova moral
ego e id
acima do bem
e do mal
assim falou zaratustra
voou o super-homem
chorou moisés no divã
no filme do king kong
o adormecido desperta
no alto da torre
do meio de nova york
atafona, 27/12/05
direções
(p/ lívia)
beber a vida
suar você
lamber o sal
atobás e boeings
comungam molduras
sob os arcos da lapa
passado diz presente
por um prato de comida
na fila de indigentes
menina cheira cola
menina vende halls
gestantes do amanhã
onde acena o lixeiro
desencarna o sol
no jazigo do oeste
onde o palhaço dança
abençoa o cruzeiro
os risos do sul
meu norte na música
do bom combate
espanta cães e amizades
beber o mundo
no sal da lágrima
do que ficou para trás
rio, 29/03/06
duas luas
(p/ lívia)
a nuvem escorre
pela lua cheia
como o tabaco
e o amor
entre os dedos
somem, consomem, secam,
vão
semeando cheiros
e lembranças
no álbum de retratos
à senha dos uivos
viro o corpo na cama
do quarto escuro
mas a lua me contorna
dobrada nos olhos dela
campos, 17/04/06
Carta de Maria Luisa para Artur
-
Meu irmãozinho, você que já passouPor dias de UTI, como eu estou
passando, De ficar se perguntando: "aonde estou?""Eu fico aqui até
quando?"Agora eu entend...
Há 6 dias
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