Como tuaregue envolta em panos de gaze,
véu azul índigo,
busco, olhos e olhar de fora, uma calma para dentro,
perdida entre o centro e o S do deserto de Saara.
Saara,
sem ar,
não sara,
ara de deuses que me abandonaram.
Não sei falar
berber e meu português é cativo,
vive hoje em subcasta.
Das palavras que sobraram,
algumas sem som;outras sem sentido,
cato estas, pra escrever nas areias do deserto.
Tudo é areia: arranha,
desgasta,
desbasta
chicoteia a alma e a tempestade não passa.
Tudo se arrasta como réptil camaleônico
na rasteira poeira do só.
Passaram-se 720 horas,
em quilômetros de saudade
um
tagelmust cobre meus longos e intocados cabelos
pra sempre presos ao traçado de seus dedos
em tramadas tranças,
quase coques, de senhora recatada e fria,
agarrada ao missal de domingo.
Campos, 12 de outubro de 2007.
Edinalda Maria
Obrigada, Jane Antônia, por mais esta corajosa publicação.
ResponderExcluirbjs da
Maria Maria
Maria, Maria, para de fazer piada mulher, coragem? Eu é que não sei como vc pode ter coragem de não dar mais publicidade a esses "escritos".
ResponderExcluirbjs
e mande mais, muito mais...
Mais uma obra de arte professora !
ResponderExcluirMando, sim, Jane.
ResponderExcluirMuito obrigada, Anônimo!
Maria Maria
Professora, só hoje pude visitar o blog. Que me perdoe Chico rsrs. Amei, amei. E a foto ?Parece ser a você!
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