terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Corpo de delito em Xacal







Poema de corpo de delito...



Certos poemas são como um soco...

Ninguém interpreta socos...

Os socos nos atingem,

E machucam...

Os poemas-socos são assim...

Têm o objetivo de ferir,

Deformar,

Derrubar,

Ninguém entende um soco...

Levamos socos,

Sentimos socos...

Às vezes,

Esse socos, poemas-socos,

são tão fortes que,

Quebram as mãos de quem os escreve,

Sangram os dedos de quem os desfere...

Há os poemas-faca...

Ninguém interpreta um poema-faca...

Ninguém entende uma facada...

Nós,

Simplesmente,

Somos esfaqueados...

As facas,

Furam,

Perfuram,

Invadem,

Cortam,

E pelos ferimentos,

Causados pelas palavras afiadas,

Dos poemas-facas,

Escorrem,

A seiva das almas...

Na maioria das vezes,

Os poemas-socos,

Os poemas-facas,

Chegam de surpresa,

Sem chance,

De qualquer defesa...

Xacal

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