domingo, 26 de julho de 2009

Alucinação




ALUCINAÇÃO

não
não é dessa poesia
onde palavras rangem os dentes

nem onde o poeta enlouquecido
se pendura no vão da intenção crua
nua
como um pingente
é
antes, uma poesia
alva
tal qual uma lágrima de pedra
um ouro.......
de mina ?

um anel
um brilhante
uma peça rara
prima ?

não
não bastava toda fantasia
desse momento
para cobrir de camuflagem
essa dor
esse sofrimento

o que ouves bater no meu peito
não são as badaladas de um coração
é um lamento
mas.......puxa vida,
bastaria o brilho do olho teu
aquela estrela negra que te enfeita a íris
e enrubesce ante o olho meu

só bastaria teu olhar fundo
teu olho-brilho
para que
ferro
ar
mar
flor
se tornasse mais que o mundo

não...não...não e não
não bastam só palavras
- torrentes desatinadas de desatino verbal
declarações impuras
uma desculpa banal -

quero sim
o brilho de uma estrela
que não seja oca
quero
me molhar inteiro
numa enorme cachoeira de palavras......... poucas......poucas

não
não bastaria

teu corpo
teu sexo
teu seio
tua servidão
a pedra
a pedreira
o laço
o passo
o tropeção

o que me fostes
eu não entendi

loucura, vício, alucinação?
sabe .... sofri...sofro
vazio...solto...insano...perdido...louco
pois o homem mau roubou e amarrou
um coração

hoje
tudo é névoa
bruma
nuvem cinza
um jogo de palavras
a procura do encanto
de uma
rima...
é !
sim !
não !
sei lá.......você...........
quer saber?
tudo no entanto
não passa de um..........
entretanto
nem tudo
isso é tanto
às vezes é quanto
às vezes é.......somente
e
ponto!


Mikael


 

06/07/09

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